12 de Novembro, 2019 4 Comentários e TQB!, Pessoas

O Grande Dexter

O nosso Dexter deixou-nos. É muito estranho escrever isto, mesmo sabendo que a doença que o acompanhava iria eventualmente ganhar. Mas era o Dexter, refilão até ao último dia, o nosso Dexter, Chester, Dexterino, o nosso 1º cão. Parecia que nos ia acompanhar para sempre.

 

O Dexter veio para nós em Dezembro de 2010. Poucos dias depois de chegar foi internado como uma gastroenterite grave: vinha de uma criação manhosa, que – soubemos anos mais tarde – seria um puppy mill e vinha, possivelmente, da Eslovénia. Lutou, nós lutámos com ele, e sobreviveu em grande.
Tinha muitos ódios de estimação (caixotes do lixo, detestava-os!), não ligava nenhuma às coisas típicas de cão, era esperto para caraças e adorava mimo apenas quando ele decidia. Era muito pouco cão e era exactamente isso que lhe dava toda a piada. Aliás, a coisa mais cão que ele tinha era andar à janela. Nada o fazia mais feliz, desde que abaixo dos 60km/h

Toda a gente que se cruzava com o Dexter percebia o quão especial ele era (não era só dos nossos olhos). Das histórias mais giras que temos, e acontecia frequentemente por ele ser tão bonitinho, era ele ir no seu passeio (tinha um andar muito elegante, aos saltinhos) e as pessoas virem ter com ele todas contentes. No momento final, ele esquivava-se e continuava o seu caminho. Clássico Dexter, personalidade marcante.

Adorava sol perdidamente, até fazia confusão o tempo que passava “à torreira”. Adorava também as luvas com que o dono fazia churrasco; gostava tanto que um dia comeu os dedos das luvas.

É muito difícil perder um animal de estimação. É muito difícil perder o Dexter, o Príncipe da família, o nosso chefe de sala.

Escolheu a Ginja quando nos despedimos da Peste Negra (gatinha que esteve connosco apenas 1 semana) e brincavam muito quando ela era mais novinha

Acredito que estejam neste momento a fazer o mesmo lá no mundo deles.

Foi um cãozinho muito sortudo, viajou muito (era um excelente companheiro de viagem) e deu-nos muito. Para sempre.

O Dexter era nosso, mas pelas mensagens que recebemos, vimos que era uma pequena estrela no nosso mundo “das internets”, por isso neste momento o Dexter é de todos nós. A nossa estrela. E a nossa estrela foi embora. A casa ficou mais vazia, menos rabugenta, mas era isso que lhe dava vida. Vai fazer-nos falta o nosso xerife que foi dos maiores companheiros que podíamos ter. Foi o nosso primeiro cão em conjunto, mudou de casa connosco e acompanhou a nossa evolução enquanto pessoas. Foi aliás alguém que nos tornou melhores. Todos os dias. Agora que partiu, temos que continuar esse caminho, acompanhados pela Stella, o Guinness e o Stout, mas sempre com a lembrança dos nossos grandes, enormes, Ginja e Dexter.

Até sempre, campeão.


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