Outubro 1, 2013 0 Comentários e TQB!, Guias de viagem

Montemor: agora a comida

Montemor

Sobre Montemor-o-Novo já falámos do passeio. Do que desenhei e do que visitei. Só falta falar do que comi. Foram duas experiências. Uma muito boa, a outra nem por isso. Desculpem as fotografias, mas quando a fotógrafa oficial está ocupada, tenho que recorrer ao iPhone. Ao almoço ainda estava a tentar descobrir um bom sítio para almoçar então passei pela pensão onde estávamos instalados e perguntei aos donos onde poderia almoçar bem. O senhor olhou para mim e perguntou-me:

“Posso lhe fazer uma pergunta?”

“Força. Esteja à vontade.”

“Mas posso mesmo?” – aqui comecei a ganhar medo.

“Claro. Diga lá.”

“Gosta de comida alentejana?” – o senhor deve ser um fã do drama.

 Depois de lhe dizer que sim, disse-me que tinha acabado de chegar com o almoço dele. Ensopado de borrego. Disse-me onde o tinha ido buscar, deu-me as indicações todas e até me disse com quem falar e para dizer que tinha sido recomendado pelo dono da Pensão Ferreira (um sítio super modesto, mas suficiente para o tempo que se passa lá)!

Dirigi-me então em direcção ao Clube Desportivo dos Caçadores de Montemor-o-Novo. Não consegui encontrar informação desde sítio na internet para disponibilizar aqui, mas encontrei a morada e a Google Street View, porque este recomendo vivamente. Entrei, falei com o Dono, que veio logo ter comigo a perguntar o que desejava (qual clube secreto). Disse de quem vinha, perguntei pelo multibanco (que não tinham) e lá fui levantar dinheiro. Depois encostei-me ao balcão e pedi um “copinho” enquanto esperava.

As mesas aqui são quase todas partilhadas e isso é parte do charme do sítio. Acabamos por fazer conversa com pessoas da terra. Conheci o fotógrafo da terra que no seu tempo “fazia 5 casamentos ao sábado e mais 3 ao domingo” e grande ferrenho Sportinguista, conheci um fornecedor de álbuns de fotografia que era de Gaia, doente pelo Futebol Clube do Porto, e ainda um homem do Leste com quem conversei sobre a política e futuro dos países do Leste. Como podem ver, é um restaurante multi-cultural. ?

Para comer, só havia duas escolhas: Ensopado de Borrego com sopas de pão, ou moelas com molho de tomate. Nem pensei duas vezes. Ensopado com Tinto da casa a acompanhar. E que grande escolha fiz eu. Típica comida alentejana, mas caseira. Com gosto de casa. E com um ambiente de estar a comer na cozinha da avó, sempre com muitos risos à mistura dos amigos que se iam metendo com quem chegava. No final da refeição, com sobremesa incluída, ainda levei uma garrafa de água para o caminho e a conta, essa, não chegou a 10€.

A experiência ao jantar não foi nada de especial e ficou a milhas de distância do almoço. Como queria ver o jogo de futebol na televisão, fui à hora do jogo para o restaurante. Lá encontrei o fotógrafo do almoço, que ralhou comigo por estar ali quando ele me tinha convidado para ver o jogo no Núcleo de Sportinguistas de Montemor. Sabendo o que sei hoje, devia ter aceitado o convite. Mas não, e então lá fui eu para o Escondidinho.

O atendimento foi bastante bom. Para entradas havia bom pão, azeitonas e um bom queijo da região. Para beber veio um tinto da casa que não era nada mau. O problema foi o prato principal. Pedi Carne de Porco com Migas de Esparregado. As migas eram brutais. Muito boas mesmo. Mas a carne de porco era seca. Demasiado seca. Tanto que acabou por sobrar, uma vez que me dediquei às migas. Se calhar escolhi mal o prato, mas se tivesse que lá voltar, só pedia as migas.

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