Eu tenho duas tartes, que em nada são iguais
Pois é. Nunca uma referência a uma música do Marco Paulo fez tanto sentido. Doces, não é a minha “cena”. Não gosto de chocolate, não ligo muito nem a doces, nem a bolos e raramente como sobremesa. Só tenho duas excepções: Bolo de Bolacha e Pudim de Ovos. Nestes dois, como sempre, mesmo que sejam maus. Peço, digo que não é grande coisa, mas como tudo. É tipo doença.
Assim como é raro comer, é raro fazer. Ainda mais raro. É verdade que me chateia um pouco fazer coisas que sei que não vou comer muito, e coisas cuja receita convém ser seguida à risca. E ainda por cima, vai-me obrigar a pôr quantidades aqui, coisa que nunca tinha feito. Mas de vez em quando, é preciso tentar coisas novas e dos 2 lá em casa, 1 é guloso. Bom, se contarmos com o cão e a gata, só eu é que não sou. Decidi então, num fim de semana, fazer duas tartes de limão que tinha aprendido a fazer no curso do FeedMe. A fotógrafa da casa adora limão e adorou a tarte que lá fizemos, por isso mãos à obra.
O plano era levar para casa de uns amigos (Olá Marta e Tiago!) antes de jantar e fazer com eles. Como não queria andar com a farinha atrás para fazer a base de raiz, comprei uma base já feita que acabei por não usar porque os nossos amigos nos deram uma ideia melhor. Desfazer bolacha digestiva e manteiga e fazer a base disso. Menos saudável, mas muito, muito mais saborosa. Eles trataram da base, eu fui fazendo o creme de limão. E como ficou… Toda a gente adorou! É um creme de limão muito ácido, mesmo para corajosos apreciadores de limão. Eu até cortei um pouco na quantidade de limão da receita e mesmo assim é muito forte. Mas muito bom.
Mas agora vamos à outra, à “gémea” mais feia. Ora, como ainda tinha a base da tarte, decidi no domingo fazer outra versão. Já que estava numa de “Eu é mais bolos”, decidi voltar a fazer o creme de limão, peguei na base pré-feita para depois fazer uma tarte de limão merengada. A base foi o primeiro erro em relação à primeira. A primeira base (muito à semelhança da base de Cheesecake) é muito melhor que esta. E se não for esta cheia de manteiga, vale a pena perder tempo e fazer a massa. Também vou deixar pelo final as quantidades. O segundo erro foi o Merengue. A receita que estava a seguir levava baunilha que eu não tinha. Armado em artista, decidi colocar mel. Este foi o segundo erro. O mel notou-se demasiado, tornou tudo tão doce que abafou o creme de limão. O terceiro erro e final, foi o de não ter uma batedeira e ter passado mais de meia hora a levantar as natas à mão. É para formar carácter.
Infelizmente só tenho fotos da segunda, mas basta imaginar uma base de Cheesecake sem a merengada.
Aqui ficam as receitas da base feita de raiz (não a do Cheesecake mas a “normal”) e do creme de limão. A do tipo cheesecake é só mesmo triturar a bolacha digestiva com manteiga derretida. Bom proveito:
- 225g açucar
- 225g ovos
- 20g limão
- 150g manteiga
- 280g sumo de limão
- 500g farinha
- 10ml leite
- 7,5g açúcar
- 10g sal
- 375g manteiga
- 20g ovos
- Misture os ovos com o açúcar, a raspa de limão e o sumo
- Coza em banho-maria até ficar espesso
- Retire do lume assim que levantar fervura e junte a manteiga em pequenas porções para incorporar
- Misture a manteiga com o açúcar e o sal até ficar uma massa homogénea
- Junte o leite e os ovos para formar uma bola
- Deixe repousar no frigorífico pelo menos 2 horas
- Estenda a massa com um rolo
- Forre uma forma de tarte e leve a cozer no forno até corar ligeiramente
- Depois de frio, junte o recheio
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